Olaaaaaar amantes literários, saudades de vocês!
Saudades de escrever! Saudades de ler o que gosto! E hoje 7 de janeiro de 2017, Dia Do Leitor decidi voltar para minha paixão mais que verdadeira que é escrever. Primeira resenha-comentada do ano!
Nesse ano decidi falar de livros diferentes, livro que representam com certa relevância meu lado militante, feminista, político e afim. E como o próprio título diz: comecei 2017 lendo o que quero, o que gosto e vamos iniciar com um livro emprestado, amado e com grande potencial de ser roubado (brincadeira, vou devolver Dani ♡ , rs) O PAPEL DE PAREDE AMARELO da Charlotte Perkins Gilman, sendo este um livro feminista e polêmico para o século XIX, causa ainda certa pertubação para quem lê.
1. O livro: Essa edição que li é uma das mais recentes, é um livro pequeno que cabe na bolsa e de linguagem fácil, te prende a atenção, são maravilhosas 69 páginas de história e um posfácio incrível da Elaine R. Hedges; apresentado pela Marcia Tiburi. Bom, realmente o livro é perturbador, sinistro, são palavras fortes que fazem você criar cenas fortes em sua mente e você fica meio estupefato com a narrativa e sobe uma angustia de se imaginar no lugar da personagem (que não seria outra pessoa senão a própria autora), é importante fazer a leitura de forma tranquila e construir imagens mentais de tudo o que lemos nesta obra literária para entender as mensagens dentro deste paradoxo. O livro conta a história de uma mulher. Essa história é contada por ela em uma especie de "diário". Neste "diário" ela escreve os seus dias dentro de uma casa no meio do nada que o marido/médico dela alugou para passar o verão e assim o marido/médico curaria da doença da esposa. Fisicamente estaria ótima, porém a mente estaria doente! Sendo ela diagnosticada com histeria.[ Doença essa que deixava todos as mulheres daquela época presas em clínicas ou reclusas da sociedade.] No começo a atitude do marido é encarada como algo promissor e até mesmo romântico, deixando- a com a recomendação de não realizar qualquer esforço ou quaisquer trabalho, seja ele mental ou física. Podemos ver nitidamente todas as fases da "loucura" que toma essa mulher, os motivos são claros e cruéis; o quarto onde a personagem passa seus dias a perturba com a cor amarela indefinida que existe no papel de parede, ela começa a analisar e entra em constate confusão, cai num paradoxo entre o que existe de forma real e as imagens que somente ela vê em suas construções mentais, de certa forma ou completamente nesses "surtos" ela acaba por externar o que quer e como se senti, o quanto quer compreender os motivos que a levaram a rejeitar seu filho e até mesmo não se amar como deveria. Está mulher que é rejeitada pela sociedade por ser histérica, rejeitada pela família, o triste é saber que mesmo lutando contra o papel de parede amarelo (que é uma metáfora ao aprisionamento que ela senti-se em relação a vida que leva) não existe uma vitória ou até mesmo uma verdadeira libertação.
2. A autora: Nascida no dia 3 de julho de 1860, ela escreveu contos, romances, poesia e anão-ficções (como este que fiz resenha-comentada), sendo ela feminista voraz e visionária, a frente do seu tempo e desconforme ao estilo de vida de uma mulher bem vista pela sociedade do século XIX, seus escritos eram lançados em revistas e existem livros disponíveis em livrarias e pdf pra você que precisa economizar (clique aqui), dedicou muito de sua vida a pesquisas, escritos e salas de aula, uma mulher excepcional. Ainda escreveu outros livros como Woman and Economics (1898); Herland (1915); The Home:Its Work and Influence 1904; entre outros livros e artigos que são ótimos para uma compreensão da luta feminina desde muito tempo, o feminismo é claro e forte nos escritos da Gilman.
3. Sensações e importância: Man, eu não sei definir direito o que senti, foi um misto de tensão, medo, angústia, revolta, paradas para reflexão da minha vida e outras vidas em que sou coadjuvante, tesão e felicidade quando achei o clímax positivo e por fim frustração e compreensão cósmica, é acho que foi isso mesmo. Depois com a parte de estudo da narrativa fiquei mais impressionada ainda com a profundidade dos acontecimentos e seu porquês!
Bom, espero que tenham gostado da novidade e eu super recomendo, leiam e me contem como se sentiu, pode ir la no meu instagram: @mayllesant ou aqui mesmo no post e comenta que eu vou amar ler e compartilhar frios na barrigas e tudo. Eu estava realmente com saudades e na semana que vem vai ter mais um livro chocante para vocês conhecerem, beijos lunares e até a próxima.
"Não há mente feminina. O cérebro não é um órgão de sexo. "
- Charlotte Perkins Gilman

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